segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Português Descomplicado – 2ª edição – Flávia Rita Coutinho Sarmento


O ensino da Língua Materna tem se tornado um desafio para os docentes da área. Cada vez menos teóricas, as provas de concursos públicos ganham dimensão reflexiva e verificam habilidades linguísticas adquiridas ao longo da vida escolar do candidato.

Os manuais de gramática não devem ser esquecidos, mas as provas revelam um discurso muito mais pautado na análise linguística que propriamente na apreensão isolada de regras. O fato de os itens de gramática serem formulados a partir de textos presentes na própria prova revela um avanço na avaliação dos concursandos. Instituições como UNB, FUNDEP, FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS e FUMARC formulam as questões de gramática a partir dos textos das provas, ou seja, os elementos linguísticos dos suportes empregados na construção da prova é que “ditam” as questões.

Conteúdos tradicionais continuam a ser cobrados. O verbo e suas flexões figuram os programas de reconhecidas instituições, mas há espaço para questões mais práticas como as da FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS, que normalmente opta por explorar as relações entre tempos verbais. A UNB também apresenta sempre pelo menos um item sobre o tema, mas com uma nuance semântica. Nota-se uma preocupação das instituições contemporâneas em verificar o conhecimento do candidato a partir da língua em uso. Mais do que saber qual é o tempo e o modo de uma forma verbal, o candidato deve demonstrar conhecimento sobre o emprego de tal mecanismo linguístico. Planejar os estudos a partir da banca organizadora do concurso é um diferencial que garante o sucesso de muitos candidatos.

A noção de certo e errado não é a única referência para o aprendizado da língua. Por isso, considerar as variações do Português se faz necessário em nossa prática pedagógica. Não raro, os programas atuais contemplam o tópico “Variação Linguística”. Tomando com base tal conteúdo, uma construção pode estar adequada a um determinado gênero textual, mas não ser compatível com outro. Na NCE, por exemplo, as questões de Redação Oficial exploram construções do texto-base, também utilizado na elaboração dos demais itens. Solicita-se ao candidato que verifique a possibilidade de uma determinada sentença figurar ou não em uma Redação Oficial. O aluno deve, portanto, analisar as construções propostas e assinalar a que estiver mais adequada aos padrões do gênero textual. A variação linguística vai além da dicotomia ‘certo’ e ‘errado’, pois explora as possibilidades contextuais da língua.

Nós, professores de Português, temos, então, um grande desafio se pensarmos a língua como um fenômeno cultural não estático e cheio de implicações. Dessa forma, somos convidados a transformar a nossa sala de aula em uma espécie de laboratório real dos estudos que envolvem a linguagem. É preciso apresentar aos alunos conteúdos que serão efetivamente cobrados pelas diversas bancas organizadoras e refletir sobre o perfil de cada instituição. Faz-se necessário efetivar conceitos linguísticos e verificá-los por meio de exercícios que privilegiem a análise em detrimento da memorização. Os concursos públicos, hoje em dia, partem da premissa de que o candidato deve ter acesso ao conhecimento linguístico de forma reflexiva e contextualizada. Nessa nova perspectiva, tenho tentado conduzir minhas aulas. Certa de que todos “perseguem” seus objetivos, estarei sempre em busca das melhores formas de ensinar e aprender no ambiente da sala de aula.

Gênero: Português
Ano de lançamento: 2015
Editora: Grupo ANIMUS
Número de páginas: 494
Idioma: Português

Formato: PDF
Tamanho: 29.7 MB




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